Carlos Mac Quilling ou O Artista dos Origamis
Carlos Mac Quilling, mais conhecido na comunidade Abdim como “o Artista dos Origamis”, chegou na ABDIM por meio da coordenadora da Terapia Ocupacional Adriana Klein, e mostrou que o origami vai além de uma simples dobradura. A técnica do origami foi introduzida na ABDIM pela TO Silvia Junko, e tratada de forma original pelo artista, caiu no gosto dos meninos e meninas, virando febre entre todos.
A partir daí, os educandos e educadoras realizaram perguntas ao artista do Origami, sobre sua carreira e vida. Confira a entrevista abaixo:
1- Quando e como você começou a fazer origami?
Fiz meu primeiro curso básico de Origami em janeiro de 1987. Neste mesmo ano, fiz o curso intermediário (entre março e junho) e depois fiz curso avançado em julho.
Eu costumo dizer que foi o Origami que me achou.
Eu sou formado em engenharia eletrotécnica e quando trabalhava em uma firma de projetos elétricos, uma amiga engenheira descendente de japonês me convidou para fazer o curso de Origami. Eu nem sabia o que era Origami.
Logo na primeira aula fiquei fascinado; tanto que fiz todos os cursos que tinha e passei a comprar livros. Hoje tenho mais de 90.
2- De onde vem sua inspiração?
A inspiração vem de todos os lugares: passeando na rua, olhando uma revista, vendo um filme, etc.
3- Para que time você torce?
Não torço para time algum. Na infância fui corinthiano( como todos em casa), depois palmeirense; quando morei em Madrid torcia para o Real Madrid. Hoje estou tão ocupado com meu trabalho que não sobra tempo para o futebol.
4- Sua arte é sua única paixão?
Não. Gosto muito de piano clássico. Estudei 6 anos e de vez em quando ainda toco um pouco.
5- Como você começou a se envolver com a arte?
A arte foi tomando conta da minha vida naturalmente e, ao longo de uns 10 anos foi sumindo o engenheiro e surgindo o artista.
6- Quais os quadros que você fez que são os mais importantes para você?
Muitos quadros foram importantes. Vou citar alguns por serem diferentes: Copacabana, Marilyn Monroe, entre outros.
7- Qual foi à pessoa mais ilustre que comprou uma obra sua?
Nenhuma pessoa ilustre, no sentido de conhecida publicamente, comprou uma obra minha... Ainda.
8- Quais as galerias nas quais você já expôs?
Já fiz várias exposições, mas nenhuma em galeria. Em geral em cafés.....em São Paulo, Campinas, Arraial D'Ajuda, Madrid e Barcelona.
9- Qual foi e como era a primeira obra que você vendeu?
A primeira obra que vendi foi logo depois de ter concluído o curso básico. Estava cursando já o curso intermediário quando mostrei no escritório onde trabalhava o meu primeiro quadro. Uma secretária de um dos diretores gostou tanto, que me encomendou um quadro. O quadro era e quadrados coloridos... Até hoje faço este tipo de quadros.
10- Qual foi a obra mais cara que você já vendeu?
Foi um painel de quadrados gigantes medindo 110 x 220 cm e vendi por R$ 2.100,00.
11- Como foram as primeiras dobraduras?
AS primeiras dobraduras foram às dobraduras que aprendi no curso. Foram muito importantes para treinar e aprimorar a técnica; foram o tsuru, urso panda, flores, etc.
12 – O que você sente e pensa enquanto faz suas obras?
Fazer minhas obras me relaxam, principalmente se tenho que enrolar 4 mil rolinhos ou dobrar 100 guardas sóis.
13 – Sabemos que você já exerceu outras profissões – engenheiro elétrico, proprietário e administrador de uma pousada – como foi a tomada de decisão para que você passasse a viver do seu ofício de artista?
Tudo foi acontecendo sem aviso prévio. Da engenharia fui construir e administrar uma pousada. Aproveitei para decorar os apartamentos com Origami. Um amigo que também tinha outra pousada viu meus trabalhos e me convidou a fazer uma exposição no bar dele. Após um ano desta exposição eu abri minha primeira loja no Arraial.
Depois fui convidado a expor em Madrid e, quando me dei conta só trabalhava com Origami.
14 – Como você definiria seu ofício?
Uma diversão com muita responsabilidade.
15 – Quais as coisas mais preciosas que seu trabalho lhe trouxe?
Trabalhar com criação, não ter chefe... rsrsrs; poder ir expor e trabalhar com Origami em qualquer lugar do mundo pois eu sempre encontro a matéria prima para meus trabalhos em qualquer cidade grande do planeta; tenho a liberdade de trabalhar com o que gosto em qualquer lugar; não estou preso a uma cidade por exemplo.
16 – Quais os lugares mais especiais aos qual sua arte o levou?
Madrid (1996) e Barcelona (entre 2000 e 2003)
17 – Como você vê a relação de seu trabalho com a milenar arte do origami? Já expôs no oriente? Tem planos de ir (ou já foi) para o lugar onde o origami nasceu?
Meu trabalho é bem diferente do Origami tradicional, usado quase que exclusivamente na educação das crianças no Japão>
Nunca expus no Japão. Já estive no Japão em uma viagem de sete dias onde tive a oportunidade de conhecer 7 cidades e lugares maravilhosos.......é um lindo país. Gostaria de voltar mais vezes.
18 – Como você vê a importância da crítica de arte para a sua arte em particular e para a arte em geral?
Acho que crítica é importante para a arte, descartando as críticas idiotas. Felizmente até hoje só recebi elogios e críticas construtivas.
19 – Quais são seus artistas preferidos (independente da linguagem)? Existe algum artista que o inspira para criar?
Eu sou leigo em arte. Gosto dos artistas como Miró, Manabu Mabe e outros tantos. Não conheço tanto de arte...
20 – Se você fosse fazer mil tsurus para ter um pedido atendido, qual seria ele?
Eu sempre peço saúde na hora de cortar o bolo de aniversário ou quando vejo uma estrela cadente. Para eu ter saúde e disposição para trabalhar é o mais importante; com isto eu toco a minha vida.
21 – Na escola, muitas vezes as crianças e jovens aprendem uma porção de teoria, e pouca prática. Você acredita que atividades como o origami podem contribuir na formação de uma pessoa? De que forma?
Sim, mas não só o Origami. Qualquer trabalho manual é muito importante para a saúde mental das pessoas. Você aprende a ser mais paciente menos ancioso por exemplo.
Eu tenho uma reportagem sobre o uso das mãos muito interessante. Segue um trecho para vocês.
"Há alguns antropólogos que afirmam que a mão é o órgão essencial da cultura, o iniciador da humanização. Ela também constrói consciência, atuando no campo das artes ou mesmo no dia-a-dia, e antecipa-se ao cérebro nas descobertas. Numa mostra de que a eficiência (desempenho mecânico) antecipa o propósito (razão); observe uma criança entretida em desfazer um nó. Ela não pensa, e mesmo assim, experimentando, acaba por chegar à compreensão de como foi feito o nó e o melhor jeito de desatá-lo. Esse usar as mãos sem pensar, completamente absorvido pela tarefa, tem outra função primordial além da instrutiva: descansara o cérebro. As atividades físicas (do corpo) têm de ser restauradas pelo descanso. As artísticas não, porque elas têm a ver com sentimentos, e o sentir é fruto do sistema rítmico, isto é da respiração e da circulação; o fazer artístico não cansa, ele regenera.
Essa é a visão da Antroposofia, filosofia criada por Rudolf Steiner, e que por isso mesmo recomenda o ensino e a prática da arte por todos os homens desde a mais tenra idade. "
Visite: http://macquillin.embu.feira.art.br/
Sua Loja : Rua Nossa Senhora do Rosário, 45 Viela Olho‘dágua Lj 01
Embu das Artes - SP
Créditos:
Felipe Roldão
Eurípedes
Ítalo Herrero
Ismael ferreira Junior
Ezequiel Manuel
Adolfo Luiz
Sergio Aparecido
educadoras:
Ana Carolina Gomes
Luana Medeiros Botelho
Carlos Mac Quilling, mais conhecido na comunidade Abdim como “o Artista dos Origamis”, chegou na ABDIM por meio da coordenadora da Terapia Ocupacional Adriana Klein, e mostrou que o origami vai além de uma simples dobradura. A técnica do origami foi introduzida na ABDIM pela TO Silvia Junko, e tratada de forma original pelo artista, caiu no gosto dos meninos e meninas, virando febre entre todos.
A partir daí, os educandos e educadoras realizaram perguntas ao artista do Origami, sobre sua carreira e vida. Confira a entrevista abaixo:
1- Quando e como você começou a fazer origami?
Fiz meu primeiro curso básico de Origami em janeiro de 1987. Neste mesmo ano, fiz o curso intermediário (entre março e junho) e depois fiz curso avançado em julho.
Eu costumo dizer que foi o Origami que me achou.
Eu sou formado em engenharia eletrotécnica e quando trabalhava em uma firma de projetos elétricos, uma amiga engenheira descendente de japonês me convidou para fazer o curso de Origami. Eu nem sabia o que era Origami.
Logo na primeira aula fiquei fascinado; tanto que fiz todos os cursos que tinha e passei a comprar livros. Hoje tenho mais de 90.
2- De onde vem sua inspiração?
A inspiração vem de todos os lugares: passeando na rua, olhando uma revista, vendo um filme, etc.
3- Para que time você torce?
Não torço para time algum. Na infância fui corinthiano( como todos em casa), depois palmeirense; quando morei em Madrid torcia para o Real Madrid. Hoje estou tão ocupado com meu trabalho que não sobra tempo para o futebol.
4- Sua arte é sua única paixão?
Não. Gosto muito de piano clássico. Estudei 6 anos e de vez em quando ainda toco um pouco.
5- Como você começou a se envolver com a arte?
A arte foi tomando conta da minha vida naturalmente e, ao longo de uns 10 anos foi sumindo o engenheiro e surgindo o artista.
6- Quais os quadros que você fez que são os mais importantes para você?
Muitos quadros foram importantes. Vou citar alguns por serem diferentes: Copacabana, Marilyn Monroe, entre outros.
7- Qual foi à pessoa mais ilustre que comprou uma obra sua?
Nenhuma pessoa ilustre, no sentido de conhecida publicamente, comprou uma obra minha... Ainda.
8- Quais as galerias nas quais você já expôs?
Já fiz várias exposições, mas nenhuma em galeria. Em geral em cafés.....em São Paulo, Campinas, Arraial D'Ajuda, Madrid e Barcelona.
9- Qual foi e como era a primeira obra que você vendeu?
A primeira obra que vendi foi logo depois de ter concluído o curso básico. Estava cursando já o curso intermediário quando mostrei no escritório onde trabalhava o meu primeiro quadro. Uma secretária de um dos diretores gostou tanto, que me encomendou um quadro. O quadro era e quadrados coloridos... Até hoje faço este tipo de quadros.
10- Qual foi a obra mais cara que você já vendeu?
Foi um painel de quadrados gigantes medindo 110 x 220 cm e vendi por R$ 2.100,00.
11- Como foram as primeiras dobraduras?
AS primeiras dobraduras foram às dobraduras que aprendi no curso. Foram muito importantes para treinar e aprimorar a técnica; foram o tsuru, urso panda, flores, etc.
12 – O que você sente e pensa enquanto faz suas obras?
Fazer minhas obras me relaxam, principalmente se tenho que enrolar 4 mil rolinhos ou dobrar 100 guardas sóis.
13 – Sabemos que você já exerceu outras profissões – engenheiro elétrico, proprietário e administrador de uma pousada – como foi a tomada de decisão para que você passasse a viver do seu ofício de artista?
Tudo foi acontecendo sem aviso prévio. Da engenharia fui construir e administrar uma pousada. Aproveitei para decorar os apartamentos com Origami. Um amigo que também tinha outra pousada viu meus trabalhos e me convidou a fazer uma exposição no bar dele. Após um ano desta exposição eu abri minha primeira loja no Arraial.
Depois fui convidado a expor em Madrid e, quando me dei conta só trabalhava com Origami.
14 – Como você definiria seu ofício?
Uma diversão com muita responsabilidade.
15 – Quais as coisas mais preciosas que seu trabalho lhe trouxe?
Trabalhar com criação, não ter chefe... rsrsrs; poder ir expor e trabalhar com Origami em qualquer lugar do mundo pois eu sempre encontro a matéria prima para meus trabalhos em qualquer cidade grande do planeta; tenho a liberdade de trabalhar com o que gosto em qualquer lugar; não estou preso a uma cidade por exemplo.
16 – Quais os lugares mais especiais aos qual sua arte o levou?
Madrid (1996) e Barcelona (entre 2000 e 2003)
17 – Como você vê a relação de seu trabalho com a milenar arte do origami? Já expôs no oriente? Tem planos de ir (ou já foi) para o lugar onde o origami nasceu?
Meu trabalho é bem diferente do Origami tradicional, usado quase que exclusivamente na educação das crianças no Japão>
Nunca expus no Japão. Já estive no Japão em uma viagem de sete dias onde tive a oportunidade de conhecer 7 cidades e lugares maravilhosos.......é um lindo país. Gostaria de voltar mais vezes.
18 – Como você vê a importância da crítica de arte para a sua arte em particular e para a arte em geral?
Acho que crítica é importante para a arte, descartando as críticas idiotas. Felizmente até hoje só recebi elogios e críticas construtivas.
19 – Quais são seus artistas preferidos (independente da linguagem)? Existe algum artista que o inspira para criar?
Eu sou leigo em arte. Gosto dos artistas como Miró, Manabu Mabe e outros tantos. Não conheço tanto de arte...
20 – Se você fosse fazer mil tsurus para ter um pedido atendido, qual seria ele?
Eu sempre peço saúde na hora de cortar o bolo de aniversário ou quando vejo uma estrela cadente. Para eu ter saúde e disposição para trabalhar é o mais importante; com isto eu toco a minha vida.
21 – Na escola, muitas vezes as crianças e jovens aprendem uma porção de teoria, e pouca prática. Você acredita que atividades como o origami podem contribuir na formação de uma pessoa? De que forma?
Sim, mas não só o Origami. Qualquer trabalho manual é muito importante para a saúde mental das pessoas. Você aprende a ser mais paciente menos ancioso por exemplo.
Eu tenho uma reportagem sobre o uso das mãos muito interessante. Segue um trecho para vocês.
"Há alguns antropólogos que afirmam que a mão é o órgão essencial da cultura, o iniciador da humanização. Ela também constrói consciência, atuando no campo das artes ou mesmo no dia-a-dia, e antecipa-se ao cérebro nas descobertas. Numa mostra de que a eficiência (desempenho mecânico) antecipa o propósito (razão); observe uma criança entretida em desfazer um nó. Ela não pensa, e mesmo assim, experimentando, acaba por chegar à compreensão de como foi feito o nó e o melhor jeito de desatá-lo. Esse usar as mãos sem pensar, completamente absorvido pela tarefa, tem outra função primordial além da instrutiva: descansara o cérebro. As atividades físicas (do corpo) têm de ser restauradas pelo descanso. As artísticas não, porque elas têm a ver com sentimentos, e o sentir é fruto do sistema rítmico, isto é da respiração e da circulação; o fazer artístico não cansa, ele regenera.
Essa é a visão da Antroposofia, filosofia criada por Rudolf Steiner, e que por isso mesmo recomenda o ensino e a prática da arte por todos os homens desde a mais tenra idade. "
Visite: http://macquillin.embu.feira.art.br/
Sua Loja : Rua Nossa Senhora do Rosário, 45 Viela Olho‘dágua Lj 01
Embu das Artes - SP
Créditos:
Felipe Roldão
Eurípedes
Ítalo Herrero
Ismael ferreira Junior
Ezequiel Manuel
Adolfo Luiz
Sergio Aparecido
educadoras:
Ana Carolina Gomes
Luana Medeiros Botelho