Imagem do Filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin |
Vivemos um verdadeiro frenesi do tempo, as máquinas tomaram o nosso lugar de tal maneira, que a impressão que temos é que sempre foi assim. Há cada vez mais aparelhos, que deveriam nos auxiliar no cotidiano e nos permitir maior conforto e tranqüilidade. Ao invés disso, o ritmo parece se tornar cada vez mais alucinante.
A vida globalizada e individualista parece ditar as regras, o TER, o SER, e o PODER, e nós instantaneamente absorvemos a tudo, incapazes de demonstrar com clareza nossos sentimentos e também ressentimentos. Não estar conectado a este MUNDO materialista é causar espanto às demais pessoas.
Estamos nos esquecendo dos pequenos e preciosos detalhes que realmente fazem a vida valerem à pena e que nos fazem felizes.
Escondemo-nos no consumismo e deixamos de valorizar um afago ou um abraço, um incentivo ou uma palavra que nos ajude a encontrar o caminho que tanto perseguimos.
Aproximamo-nos cada vez menos dos propósitos de Deus, e novas gerações estão crescendo sem a menor idéia do Criador, sem limites e instrução moral, sem perspectivas.O aumento da violência, das doenças nervosas, da solidão e das fobias, são exemplos claros da falta de Deus que impera em todos os cantos do Planeta, onde, de um lado temos os extremistas fanáticos, que matam e explodem pessoas e lugares em nome de um deus arcaico e vingativo, de outro, religiosos que querem manter a todo o custo, uma igreja puritana, que quer brincar de faz de conta
Que futuro estamos semeando?
Será que a vida moderna que insistimos em levar, não está semeando o ódio e a inimizade no mundo de hoje e também naquele que ainda irá despertar?
Pensando nesta grande "novela" da vida real, transcreverei uma "historinha":
Que esta história sirva de reflexão ao tipo de vida que estamos levando, ao que estamos deixando se perder no tempo e principalmente ao que podemos MODIFICAR.
“Um poderoso feiticeiro, querendo destruir um reino, colocou uma poção mágica onde todos os seus habitantes pudessem beber. Quem tomasse aquela água, ficaria louco.
Na manhã seguinte, a população inteira bebeu, e todos enlouqueceram menos o rei - que tinha um poço só para si e sua família. Preocupado, ele tentou controlar a população, baixando uma série de medidas de segurança e saúde públicas: mas os policiais e inspetores haviam bebido a água envenenada, e acharam um absurdo as decisões do rei, resolvendo não respeitá-las de jeito nenhum.
Quando os habitantes daquele reino tomaram conhecimento dos decretos, ficaram convencidos de que o soberano enlouquecera, e agora estava escrevendo coisas sem sentido. Aos gritos foram até o castelo e exigiram que renunciasse.
Desesperado, o rei prontificou-se a deixar o trono, mas a rainha o impediu, dizendo: "Vamos agora até a fonte, e beberemos também. Assim, ficaremos iguais a eles”.
E assim foi feito: o rei e a rainha beberam a água da loucura e começaram imediatamente a dizer coisas sem sentido.
Na mesma hora, seus súditos se arrependeram: agora que o rei estava mostrando sabedoria, por que não deixá-lo governando o país? O país continuou em calma, embora seus habitantes se comportassem de maneira muito diferente de seus vizinhos.
E o rei pôde governar até o final dos seus dias.”
Será que precisamos também, beber a água do poço?
Trecho extraído: Verônica Decide Morrer; Autor: Paulo Coelho
Texto: Zizi Marques
Revisão: Bruno de Pierro
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