Meu nome é Tiago, 30 anos, e tenho distrofia muscular de Duchene. Aos 15 anos, parei de andar, mas nem por isso deixei de arquitetar projetos. Meu primeiro foi vender canetas de prata, em 1995, quando voltei a estudar, pois havia parado pelo fato de a antiga escola ser longe e eu não poder me locomover direito com a cadeira de rodas. Já a nova escola, na qual eu vendia as canetas, era perto de casa e dava pra ir de cadeira de rodas sem problemas. Nessa mesma época, meu pai começou a viajar para o Paraguai e a trazer muitas coisas, entre elas as canetas que eram novidades.
Por eu ser bom vendedor, não deu outra!
Depois das canetas, foram os cartuchos de vídeo game. Nossa! Como vendia bem. Eu não ganhava muito, porém me divertia bastante, principalmente na hora de testar os games. Em 1996, pedi para meu pai um Playstation e uma TV de 20 polegadas para colocar na garagem e, assim, ganhar um dinheirinho com locação de games, e também ter uma ocupação, pois não estava mais estudando. Como a cidade era pequena, muitos garotos copiaram minha idéia e se tornaram concorrentes, o que me fez ter de vender os jogos e fechar o negócio.
Fiquei um ano parado, procurando alguma coisa para fazer, pois nunca gostei de ficar parado. Foi aí que tive contato com uma senhora, conhecida de minha mãe, e que fazia chaveiros artesanais de bichinhos. Fiquei interessado e quis aprender a fazê-los, só que a mulher morava longe e não dava pra eu ir até a casa dela. Um dia, sem ter o que fazer, eu vi no braço de um menino uma pulseira entrelaçada feito de linha encerada com umas miçangas dos lados, muito bonita. Ele me ensinou como fazer; no começo, achei difícil, pois tinha que fazer muita força com os nós. Foi o meu primeiro contato com bijuteria, e as pulseirinhas fizeram muito sucesso, principalmente na escola em que minha irmã estudava. Eu não ganhava muito porque elas custavam um real.
Logo depois, aprendi a fazer anéis. Mostrei-os para o pessoal da Igreja e eles me disseram que na pastoral havia uma cooperativa da comunidade do bairro, em que ensinavam vários trabalhos manuais e onde eu poderia ir mostrar os meus trabalhos. Lá, encontrei uma freira que estava ensinando a fazer chaveiro de cachorrinho. Não pensei duas vezes e sentei numa mesa com 10 mulheres para aprender. Foi aí que eu aprendi a fazer os famosos chaveiros de cachorrinho de miçanga. Daí por diante aprendi também a fazer outros bichos, como o jacarezinho, a pantera cor-de-rosa e o coraçãozinho.
Abracei de vez a bijuteria e hoje faço colares, pulseiras, brincos e anéis e já cheguei a montar colares para uma loja, cujo dono gostou tanto do meu trabalho, que me deu umas revistas de bijuterias. Hoje, ensino alguns colegas da Abdim, onde faço fisioterapia, a fazerem bijuterias, pois é sempre bom manter a mente ocupada em vez de ficar parado vendo o tempo passar.
Créditos:
Thiago Tomé
Colaboradores:
Ana Carolina Gomes
Bruno de Pierro
Créditos:
Thiago Tomé
Colaboradores:
Ana Carolina Gomes
Bruno de Pierro
7 comentários:
Tiago, parabéns pelo trabalho realizado, é lindo!
Eu sou seu fã! Moleque danado de bom... não tem nada que não detone. Você é o cara!
Tiago parabéns pelo seu trabalhooooo
Oi
Sou do Rio e também tenho distrofia muscular.
Não trabalho, sou formada em direito e, também, faço bijuterias, pois não gosto de ficar parada.
Nunca tive jeito para vender, faço para me distrair, para presentear e para mim, pois não sou de ferro.
Continue fazendo e animando as pessoas a fazerem, principalmente o deficiente, porque o mercado está difícil para qualquer um. Fora que, também, é uma ótima terapia.
Parabéns e conte comigo.
Shirley
COMO ENTRAR EM CONTATO P VER SUAS BIJUS,,,TEM FONE
meus parabens meu filho e portador da desprofia muscular ele tem 14 anos
estero que ele tem sua forsa de voltade fica com deus
mue orkut e lucineia_39_poa@hotmail.com
entra em contato comigo
meua filho tem destrofia
que convesa com vc
uma mae
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